segunda-feira, 20 de julho de 2009

A voz do passado – História oral – A Entrevista e Modelos de Perguntas – Paul Thompson

Existem diferentes tipos de entrevistas, que variam desde uma conversa amigável até o estilo mais formal e controlado de perguntar. As qualidades de um bom entrevistador são: interesse e respeito pelos outros como pessoas e flexibilidade nas reações em relação a eles; capacidade de demonstrar compreensão e simpatia pela opinião deles; e, principalmente, disposição para ficar calado e escutar.

Pode-se começar pela preparação das informações por vários meios, ou com entrevistas exploratórias, mapeando o campo e colhendo idéias e informações. O entrevistador aprende com a entrevista, é bom que o entrevistado seja mais bem informado que o entrevistador, pois se consegue detalhes preciosos. Para que se instaure respeito e confiança entre entrevistador e entrevistado é preciso de um conhecimento básico sobre os termos. É impertinente submeter alguém a um interrogatório, sendo ele especialista ou não, sem ter certeza de que as perguntas são historicamente relevantes e estão corretamente formuladas para aquele contexto.

Estabelece-se uma diferença entre os questionários de perguntas fechadas e uma “conversa” livre onde o entrevistado é convidado a falar de um assunto de interesse comum. Este último tipo não existe, pois uma entrevista precisa de uma pergunta inicial, de estabelecer objetivos, e estar dentro de um contexto, não se pode falar sobre qualquer coisa. Quando esse tipo de entrevista foi realizada não deu certo, pois acabou sendo curta, e só se desenrolando a partir do momento que o entrevistador começou a perguntar. Porém o estilo de entrevista com questionário rigidamente inflexível não é apoiado pelos historiadores orais.

Existem alguns princípios básicos para a elaboração das perguntas, elas devem ser: sempre tão simples e diretas e em linguagem comum; não fazer perguntas de duplo sentido; evitar fraseado que leve a resposta indefinida; é preciso fazer pergunta que demonstre segurança do entrevistador, mostrando que ele sabe o que esta fazendo; deve-se evitar perguntas diretivas, o entrevistador não pode demonstrar sua opinião, pois influirá nas respostas; não se deve fazer perguntas que levem os informantes a pensar do modo do entrevistador e sim do modo deles.

O uso de gravador pode assustar o entrevistado, que pode suspeitar de algo ou por não “conhecer” a tecnologia, porém normalmente as pessoas aceitam que se use o gravador. É preciso saber usa-lo não chamando a tenção e nem se preocupando com ele durante a entrevista. Para estimular a entrevista pode-se levar objetos que tenha a ver com a sociedade a ser pesquisada e com o tema da pesquisa.

Para fazer a entrevista é bom escolher um lugar onde a pessoa se sinta à vontade, e também é melhor que o informante esteja sozinho, pois a presença de uma terceira pessoa pode influenciar nas respostas. Quando uma primeira parte da entrevista é feita e precisa-se de um novo encontro, é legal o uso de uma carta explicando o motivo e os objetivos da pesquisa, a carta não pode ser muito grande, mas deve conter as informações essenciais para que o entrevistado possa ir pensando em como e o que vai falar.

A seguir, o autor descreve como deve transcorrer uma entrevista, como se deve usar o gravador, como fazer as perguntas, como agir em determinados momentos e o que deve fazer ao encerrar a entrevista. Também mostra as “barreiras” que podem existir, com relação à classe social, idade, sexo e raça.

Quando termina a entrevista é preciso relatar o mais rápido os comentários sobre o contexto dela, fazendo seus comentários; depois escutar a fita para ver se tudo transcorreu bem. Saber agradecer também é uma forma de saber entrevistar.

No outro item, o autor, coloca alguns modelos de perguntas.

Resenha Pesquisa Qualitativa – ano 2003

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