quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Weber, Marx e Durkheim e o surgimento da Sociologia - parte 01

O período que constitui o desenvolvimento dos elementos constitutivos do pensamento sociológico vai de 1830 a 1900 (aproximadamente), esse pensamento tem origem na filosofia moral, que foi influenciada por fatores históricos importantes da Europa dos séculos XVIII e XIX, onde ocorreram as Revoluções Industrial e Francesa (que tem em comum a individualização, generalização e abstração) e a Reforma Protestante. A partir do século XVIII, não é mais possível falar em filosofia social, como antes, e sim em sociologia, que está sendo formulada neste século.
Esses acontecimentos foram importantes para a ruptura com o “antigo” ou “velha ordem” (esta, apoiava o parentesco, a terra, a classe social, a religião a comunidade local e a monarquia) e também para a separação do Estado do Clero. Antes a monarquia era uma comunidade e não uma sociedade, a passagem da comunidade para a sociedade é marcada pela impessoalidade da interação das pessoas na sociedade, na comunidade há um caráter de diferenciação (brasões / bandeiras), enquanto que na sociedade há uma homogeneização (cidadania); na comunidade não existe a idéia de indivíduo, esta idéia aparece na sociedade, vem da descoberta do átomo, que é a “menor” partícula indivisível, como o indivíduo o é para a sociedade; o que identifica e é comum em todos os indivíduos é a razão (capacidade de pensar por si próprio). A homogeneização se dá no sentido de que todos são cidadãos com os mesmos direitos e deveres, tratando-se impessoalmente no plano jurídico. No processo de surgimento do pensamento sociológico a industrialização é um elemento fundamental, pois é nela que se estabelece as relações sociais que movimentam a sociedade.
Existem cinco idéias principais, que constitui o caminho para seguir a evolução da sociologia, são elas: comunidade, autoridade, status, sagrado e alienação. São elas que dão coerência e continuidade à tradição sociológica, e é em torno delas que surgem os debates, porém não representam toda a sociologia moderna. Moderno é tudo aquilo que é baseado no racionalismo, e todo Estado moderno é pensado em defesa dos indivíduos.
Alguns conceitos “surgem”, para diferenciar a sociologia das outras ciências sociais: estrutura, individualidade, processo, desenvolvimento, função, etc. Cultura que, generalizando, significa o conjunto de feitos e coisas produzidas por todos; dinâmica social que dá idéia de mudança social (movimento) e estática social (permanência), que ocorre através do controle social (censura), também são conceitos importantes.
Na estrutura conceitual da sociologia contemporânea e em seus pressupostos fundamentais, aparece um conflito entre o tradicionalismo (conservadorismo) e o modernismo. O conservadorismo foi o primeiro grande ataque ao modernismo e a seus elementos políticos, econômicos e culturais. A sociologia pode ser considerada conservadora pois reage ao racionalismo, no século XIX, onde existem três correntes ideológicas: o liberalismo, que tem uma devoção pelo indivíduo, em especial por suas direções políticas, civis e sociais; o radicalismo, que é uma doutrina revolucionária milenarista nascida da fé no poder absoluto; e o conservadorismo, sua marca é a tradição, que tem prioridade na sociedade em relação ao indivíduo.
O surgimento do que é chamado “a escola histórica das ciências sociais”, se fundou sobre o emprego de materiais históricos e institucionais em sua maioria. A sociologia surge como uma reação ao mundo que se individualiza, existem três processos importantes que leva a isso: individualização, abstração e generalização (que são as características comuns das Revoluções Industrial e Francesa, acima citadas). A modernidade efetivamente muda, contrasta o antigo e o novo, dando uma grande mudança no comportamento da humanidade. Esta é uma primeira versão de teoria social, que desvenda conflitos sociais que não estão visíveis.

Trabalho Final de Sociologia Clássica - 2002

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